
Quem gosta da "cultura da roça", degustação de
vinhos, comer frutas no pomar, passeios rurais tranquilos, ver a colheita das
frutas da estação e ainda provar a boa comida do interior paulista, não pode
deixar de conhecer o Circuito das Frutas integrado pelas cidades de Atibaia,
Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Morungaba, Valinhos e
Vinhedo, localidades próximas entre si e situadas entre 50 e 120 km da
Capital.
Visitar adegas de vinho e licores, fazendas
históricas de café, engenhos produtores de cachaça e apiários são alguns dos
passeios que se pode fazer pela região que é repleta de restaurantes com pratos
da culinária local. A maioria das cantinas surgiu pelas mãos de imigrantes
italianos e estão no bairro do Caxambu, em Jundiaí, mas existem outras
tradicionais em Louveira e Vinhedo.
Mapa dos 10 municípios que compõem o
Circuito das Frutas / Divulgação |
O circuito nasceu em 2000 como Associação de Turismo Rural do Circuito das
Frutas e inicialmente era composto por oito municípios. O objetivo de seus 28
sócios fundadores era, além de favorecer os pequenos produtores de frutas na
manutenção dos seus negócios, trazer visibilidade para a região e favorecer a
realização de projetos de capacitação e desenvolvimento tanto da produção como
do aprimoramento dos roteiros de visitação para os grupos de turistas que
passaram a visitá-lo com mais frequência desde então.
Atualmente a região do circuito é a maior
produtora de frutas de época do Brasil, beneficiada pelo seu clima tropical de
altitude e recebe cerca de 1,5 milhão de turistas por ano. As uvas de mesa,
representadas pela niagara rosada, produzidas entre final de novembro e meados
de fevereiro, praticamente em todos os 10 municípios, se tornaram um símbolo das
cidades de Jundiaí, Itupeva, Louveira, Jarinu e Indaiatuba. Assim como o caqui é
o destaque entre as várias frutas produzidas em Itatiba. As frutas de caroço,
pêssegos e nectarina têm espaço garantido em Jundiaí, Jarinu e Atibaia, a ameixa
está mais presente em Jarinu, enquanto o figo roxo, de grande aceitação no
mercado, junto com as goiabas, são as principais frutas de Valinhos.
Com as frutas vieram as festas tradicionais em
várias das cidades do circuito. Como a da uva de Jundiaí, iniciada em 1934, e a
do figo de Valinhos desde 1938, que acontecem até hoje sempre no mês de janeiro.
Posteriormente vieram as festas da uva de Vinhedo no mês de março, e de
Louveira, atualmente em abril/maio; Itatiba tem a do caqui no mês de abril,
Atibaia a da uva em janeiro, do pêssego em outubro e o do morango em setembro. A
festa da ameixa, em dezembro, em Jarinu, corre o risco de não mais acontecer
devido à baixa produção da fruta no município. A do morango está garantida em
julho/agosto, assim como a nova festa da uva de Itupeva em dezembro.
Seguindo esse calendário de festas e colheitas de
frutas as operadoras de turismo rural da região estão com produtos formatados,
vendendo e operando roteiros para os sítios, fazendas, adegas, alambiques,
apiários e orquidários das 10 cidades. São roteiros de um ou mais dias onde o
turista passeia e conhece in loco a produção das frutas e seus
derivados, mostradas, degustadas e contadas pelos próprios proprietários que os
recebem com muita simpatia e atenção. Esses passeios acontecem em qualquer dia
do ano, de acordo com o gosto do turista e da disponibilidade das frutas.
EXPRESSO TURÍSTICO - Para quem quer conhecer o Circuito das Frutas ou fazer
algum outro passeio no estado de São Paulo, e não desejar ir de carro ou ônibus,
pode optar pelo Expresso Turístico, trem da CPTM que sai da Estação da Luz todos
os finais de semana para três destinos: Jundiaí, aos sábados, às 8h30 (no
terminal ferroviário da cidade o viajante terá à disposição de três a cinco
ônibus, no período entre 10 e 16 horas, para conhecer alguns dos roteiros do
Circuito das Frutas); nos segundos domingos do mês para Mogi das Cruzes e outros
três para a Vila de Paranapiacaba. O retorno a São Paulo é sempre às 18h. A
Rizzatour Turismo é a operadora receptiva responsável pelos roteiros
complementadores do trem nos municípios destinos. O expresso recebe em média
sete mil turistas/ano.
A passagem do trem é de responsabilidade da CPTM,
que cobra R$ 32,00 para o primeiro passageiro e promocionalmente os outros três
(de um grupo de quatro pagantes) pagam R$ 16,00. Portanto, a melhor equação para
a compra dos bilhetes é de R$ 80,00 para um grupo de quatro passageiros.
Por Mário Iório